sábado, 4 de julho de 2009

O Popular


Somente saindo dos bancos da Academia podemos vivenciar o que está escrito nos livros. Um deles, o da tutora do PET Comunicação, Márcia Franz Amaral, Jornalismo Popular (leitura obrigatória pra quem quer seguir esse rumo na carreira), diz que o Jornalismo Popular de qualidade ‘se define pela proximidade com o público...conexão com o lugar imediato.’
Em pouco mais de 7 dias, fui 3 vezes nos arredores da Rádio Caraí. Por duas vezes, produzi o quadro Microfone Aberto. Este é o segmento do programa em que mais nos aproximamos da comunidade. Geralmente, abordamos as pessoas nas ruas da Vila Urlândia. Decidida a variar um pouco, fui até o Parque Dom Antônio Reis. A intenção era realizar naquela tarde de quinta-feira material suficiente para o programa daquela semana e o da semana seguinte. Consegui boas gravações somente para o primeiro tema e, na outra semana, teria que ir novamente a campo.
Cerca de 8 pessoas contaram-me sobre as simpatias que costumavam fazer, sobre sua fé ou não nessa prática popular. O interessante: somente mulheres falaram sobre o assunto. Alguns homens não quiseram falar ou pouco falaram. Não acreditavam ou não conheciam nada. Parando pra analisar, é um assunto pouco debatido no universo masculino. Homens não costumam trocar receitas de simpatias. Pelo menos não em público...
Produzir mais essa matéria pro Ecolândia me fez pensar muito sobre o meu trabalho nessa área do Jornalismo. Em época de deboches de magistrados e incertezas dos rumos da profissão pós-desregulamentação, para mim fica a certeza que o meu empenho e dos meus colegas em levar ao ar programas de qualidade não é em vão. Muito pelo contrário. Os preceitos sociais que envolvem também o Jornalismo Público são seguidos desde as reuniões de pauta até o programa ir ao ar. Escolher um tema que seja coerente com a realidade de uma população distante dos olhos da imprensa tradicional é a nossa primeira preocupação. E ficamos mais próximos desse objetivo quando vamos pessoalmente ao estúdio localizado na casa acolhedora da Rua Caracaraí, saímos às ruas com asfalto irregular e ouvimos que em Santa Maria existem ruas onde o caminhão de lixo passa uma vez por mês!
São os depoimentos semanais que ouvimos e compartilhamos que nos fazem continuar e acreditar na importância de todas as nossas fontes, oficiais ou não.

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